A Morte Materna é Inaceitável

Authors

  • Maria do Vale Oba
  • Mary Cristina Ribeiro Laôrte Ramos Pinto
  • Rogério José Scandiuzzi
  • Daniela Witter Soares
  • Daniele Francelino Gomes

DOI:

https://doi.org/10.17063/bjfs2(4)y2013342

Keywords:

Maternal death, Morte materna, Womans healthcare, Saúde da mulher, Women’s health services, Serviço de saúde à mulher, Obstetric nursing, Enfermagem obstétrica

Abstract

Conhecer e analisar a morte materna mediante as representações sociais dos profissionais de saúde no município de Ribeirão Preto-SP. No hospital observa-se o caráter funcionalista de execução das tarefas. Ao admitir uma parturiente, os profissionais já sabem de antemão o que devem realizar, o sincronismo desses fazeres só será quebrado se ocorrer uma morte, pois, nesse espaço, todos estão voltados para vida e não para morte. Utiliza-se a abordagem qualitativa. Optou-se pela análise de conteúdo e as representações sociais. Elegeu-se a técnica de entrevista semiestruturada e observação livre. A amostra foi constituída de dezessete profissionais de saúde. Nos discursos destes sujeitos sociais emergiu a categoria empírica nas representações sociais da morte materna denominada de “inaceitável”. A concepção desses em relação à vida e morte, pela ótica meramente biológica do existir, faz com que a morte se apresente como uma experiência inaceitável. A morte materna impõe limite às ações dos profissionais da saúde e faz com que reflitam sobre outros componentes, que poderão contribuir para ocorrência dessa morte. Os avanços tecnológicos, a institucionalização do parto e o aumento da cobertura no pré-natal não foram suficientes, para reduzir a mortalidade materna em Ribeirão Preto. Provavelmente há de se buscar outras formas de atender a mulher, que venham realmente modificar esse quadro, ou seja, uma assistência que procure estabelecer vínculo, onde a mulher possa participar ativamente nesse atendimento e os profissionais apreendam a atuar além do biológico, olhando o processo de saúde-doença em seu contexto sociopsíquico e cultural.

Published

2013-12-20

How to Cite

Maria do Vale Oba, Mary Cristina Ribeiro Laôrte Ramos Pinto, Rogério José Scandiuzzi, Daniela Witter Soares, & Daniele Francelino Gomes. (2013). A Morte Materna é Inaceitável. Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics, 2(4), 342–352. https://doi.org/10.17063/bjfs2(4)y2013342